domingo, 30 de outubro de 2011

Psicopatas no trabalho



Abaixo, por indicação do amigo e leitor Walt Marcos, publico matéria da Folha de S. Paulo que aborda os estragos de psicopatas corporativos, ou seja, também no ambiente de trabalho os psicopatas provocam grande destruição na vida profissional de suas vítimas.


Psicopatia é transtorno de personalidade e não tem cura. O que precisamos fazer é conhecer cada vez mais o perfil destes predadores, sua forma de ataque, e nos precavermos de sua ação maléfica.

Mercado aquecido estimula presença de psicopata corporativo

CAMILA MENDONÇA
DE SÃO PAULO


Eles são boas companhias, atenciosos e, muitas vezes, bons profissionais. Difíceis de identificar, os psicopatas corporativos causam prejuízos nas empresas.

Doutor em psicologia pela Universidade de Sydney (Canadá), John Clarke calcula, com base em pesquisas internacionais, que cerca de 1% da população adulta que trabalha é formada por psicopatas corporativos.

Por isso, diz Clarke, lidar com eles é difícil, e poucos sobrevivem. Para ajudar empresas e profissinais a não se tornarem vítimas, o psicólogo escreveu "Trabalhando com Monstros" (ed. Fundamento), guia que mostra o perfil dos psicopatas organizacionais, como atuam e escolhem suas vítimas e como é possível proteger-se.

Em entrevista concedida à Folha, Clarke explica que a psicopatia requer ambiente favorável para desenvolver-se e alerta: "Mercados aquecidos [como no Brasil] são perfeitos".
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Folha - Psicopatia é doença ou problema comportamental?

O psicopata sofre de um distúrbio patológico que se manifesta no comportamento e em características de personalidade -- que incluem falta de consciência e de sentimentos como remorso ou culpa; charme superficial; mentiras patológicas; manipulação; promiscuidade sexual etc.

Eles têm uma desordem de personalidade que modela a maneira como veem o mundo. Tudo o que fazem é guiado pela necessidade de poder e controle sobre outras pessoas.

No local de trabalho, eles manipulam com o objetivo de dominar e destruir psicologicamente vítimas selecionadas.

Psicopatia é um transtorno desenvolvido ao longo da vida, porque é um transtorno de personalidade. O local de trabalho não faz uma pessoa tornar-se psicopata.

O psicopata organizacional é diferente do psicopata social?

Na mente do psicopata, não há nada mais poderoso do que ter a capacidade de tirar uma vida humana ou torturar uma pessoa até a morte. No caso do psicopata organizacional, é o mesmo. Eles sentem uma incrível sensação de poder e controle quando destroem [a carreira de] sua vítima. A diferença é que, na primeira situação, há destruição física e, na segunda, destruição psicológica.

A psicopatia organizacional tem fases?

Primeiro, o psicopata faz amizade com as pessoas que estão no topo para, depois, começar a perseguir aqueles que estão "protegidos" por aqueles que estão no topo.

Ele estabelece uma reputação de que é bom trabalhador manipulando as pessoas ao seu redor e roubando ideias e trabalhos. Depois disso, identifica a vítima, que é isolada das pessoas com quem trabalha.

Para isso, o psicopata espalha rumores sobre a vítima, deixando-a de lado em ocasiões sociais que organiza. Ela sente-se excluída e, quando fala sobre o assunto com alguém da família, eventualmente, pode não ser ouvida e nem compreendida.

A vítima é isolada de sua rede de apoio e de colegas, que tornam-se mais dependentes do psicopata para aprovação e validação do trabalho.

O psicopata também dará tarefas inatingíveis às vítimas para continuar a criticá-las e para diminuir sua autoestima. Isso também permite que o psicopata tome medidas contra a vítima para evitar o que ela cresça como deveria.

A organização é usada pelo psicopata como arma para manipular, dominar e destruir a vítima psicologicamente.

Este processo continua até que a vítima se desgaste e tenha transtorno de ansiedade ou depressão e deixe a organização.

Por que existem psicopatas no trabalho? Há algo que estimule o surgimento deles?

Porque não encontram um ambiente que lhes permite destruir as pessoas psicologicamente e ser recompensado por isso financeiramente.

O trabalho é oportunidade para mentir e intimidar os outros em troca de benefício financeiro e que satisfaçam necessidades de poder e controle sobre os outros.

O mercado de trabalho aquecido no Brasil favorece a identificação dos psicopatas?

Um ambiente econômico em rápida transformação e crescimento, com alta rotatividade, é perfeito para um psicopata organizacional, porque lhe permite mover-se entre as empresas de forma rápida e fácil quando é identificado.

Também permite que ele escape, quando a empresa detecta que seu desempenho está abaixo do que deveria. Em cenários de mudanças rápidas, o psicopata organizacional é capaz de camuflar-se mais facilmente.

A alta rotatividade de pessoal também permite que o psicopata justifique os motivos das saídas de sua área. Ele culpa a economia ou o mercado de trabalho, e não o seu comportamento. A companhia ideal para um psicopata é uma organização em rápida mudança ou crescimento.

Um psicopata na liderança é diferente de um psicopata que não está nessa posição?

Normalmente, eles são mais inteligentes e, portanto, mais eficazes na manipulação e controle das pessoas.

Como podemos sobreviver a um líder psicopata?

A chave para sobreviver ao psicopata organizacional é o conhecimento de como o psicopata chega ao poder. É preciso ser capaz de reconhecê-lo, para evitar ser isolado e ter a reputação destruída.

Contudo, é difícil para um funcionário que não tem o apoio de sua organização manter o seu emprego e sobreviver, porque o psicopata utiliza a organização como arma para vitimizar as pessoas, e quando a vítima se queixa, o peso da organização é exercido para proteger o psicopata e incentivá-la a sair.

É possível conviver com um colega psicopata e não ser atingido de alguma forma?

A maioria das pessoas que trabalha com psicopatas não sabe disso, porque os psicopatas são muito específicos na escolha dos seus alvos, selecionados com base em sua capacidade de manipulá-los.

Normalmente, as pessoas interagem com o psicopata, porque eles são bons oradores e peritos em fazer as pessoas se sentirem bem.

É possível recuperar um psicopata corporativo?

Não. Os programas de reabilitação para psicopatas criminosos encontrados pelos pesquisadores os fizeram piorar. Normalmente, o psicopata aprende novas habilidades sociais e aprimora as maneiras de interagir com as pessoas.

Eles não acreditam que haja algo de errado, porque veem a vida como uma selva onde os mais fortes sobrevivem.


FolhaEmpregos


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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Os 10 piores psicopatas da história



Um equívoco, na minha opinião: achar que psicopatas são assassinos crueis e sanguinários, serial-killers, gente violenta. Não necessariamente. Há psicopatas e psicopatas. E a ação da maioria deles, com ou sem sangue, costuma ser extremamente danosa. Feras embrutecidas, que muitas vezes não sujam as mãos de sangue, mas corrompem, compram terceiros, para que façam o "serviço sujo" em nome deles. 


A sociedade brasileira precisa acordar. Os psicopatas estão no meio de nós, dentro de nossas famílias, na vizinhança, na escola onde estudamos, nos ambientes de trabalho... E quando querem auferir alguma vantagem, não há o que os impeça, a não ser um risco grande de serem pegos.


O Mal existe. Tem gente que simplesmente NÃO PRESTA. E tem que ser desmascarada, suas ações predatórias coibidas, e se possível punidas. 


CÓDIGO PENAL neles!!!


Os dez piores psicopatas da história

Pessoas que matam por instinto, prazer, ou satisfação, você conhece as histórias terríveis desses indivíduos?
Aqui está a lista resumida dos dez piores assassinos que apavoraram ruas, cidades e bairros com seus atos extremamente cruéis.
1º Pedro Alonso Lopez (+ de 300)
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Teve uma infância terrível, filho de prostituta e expulso de casa aos 8 anos, foi recolhido por um pedófilo e sodomizado a força.
Agiu em três países da América do Sul: Equador, Peru e Colômbia. Em 1978 já havia assassinado 100 meninas no Peru. Mudou-se para a Colômbia, onde matava três vezes por semana.
2º Gilles de Rais (+ de 140)
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Herói de guerra francês, século XV, atuando junto com Joana D’Arc na guerra dos Cem Anos (Inglaterra contra França), era expert em retirar ingleses da França. Tinha como seu principal alvo os meninos, onde eram sodomizados e depois decapitados. Em seguida ele masturbava-se sobre as entranhas de suas vítimas.
Foi enforcado e queimado simultaneamente.
3º Luis Alfredo Gavarito (140)
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Colombiano. Andava com um caderno em seu bolso, onde em 140 linhas estavam simbolizadas as suas vítimas.
Os corpos foram encontrados decapitados, com sinais de amarração e mutilação.
Depois de muitos homicídios, em 2000, ele foi preso, após acharem vários corpos, sendo condenado a 1853 anos de prisão.
4º Dr. Jack Kevorkian (130)
 
O Dr. Morte, EUA, em 26 de março de 1999 matou um homem doente com injeção letal e o filmou.
O Dr. Morte está envolvido em 130 suicídios assistidos desde 1990. Este número faz dele o mais ativo serial killer dos EUA.
Disse em um julgamento, no qual representou-se sozinho, que não tinha mais nada a perder, pois restava-lhe pouca vida. 
5ª Delfina e Maria de Jesus Gonzáles (+ de 91)
Dirigiam um Bordel na cidade de Guanajuato, México. Recrutavam prostitutas e as matavam. Mataram também clientes ricos. Após muitos desaparecimentos, a polícia achou 11 corpos de homens, 18 de mulheres e vários fetos. 
6º Elizabeth Bathory (+ de 40)
 
Condessa húngara, que inspirou muitos filmes e fãs de vampirismo. Ela matava suas vítimas para tomar banho com o sangue delas.
Diz-se que certo dia sua serva puxou-lhe o cabelo enquanto o escovava e foi espancada, após sentir o respingo de sangue em sua mão, ela pensou tê-la rejuvenescida, então passou a massacrar servos em gaiolas de cravos e, em seguida, tomar banho com o seu sangue.
Um caderno encontrado revela 650 nomes que, supostamente, Elizabeth tenha matado para se banhar, entretanto não há registros jurídicos disto.
Morreu em um calabouço sem portas, sem janelas, após ser condenada.
7º Jane Toppan (+ de 31)
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Nascida em Boston com o nome de Nora Kelly, 1854. Ainda era criança quando sua mãe morreu e seu pai, alfaiate, foi internado por tentar costurar seus próprios olhos para sempre.
Foi adotada pela família Toppan e teve uma vida normal até ser rejeitada pelo seu noivo, o que a levou a uma tentativa de suicídio.
Na escola de enfermagem passou a se interessar por autópsias, foi demitida depois que dois pacientes aos seus cuidados morreram misteriosamente.
Começou a trabalhar em domicílios e mesmo assim seus pacientes morriam de forma misteriosa, com altas doses de morfina que causaram pelo menos 31 mortes.
8º Patrick W. Kearney (+ de 28)
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O mais importante assassino das estradas da Califórnia. Deixava suas vítimas desmembradas e lavadas em sacos de lixo ao longo das estradas.
Suas atividades iniciaram-se em 1957 e acabaram em 1977, quando viram seu pôster de procurados e se entregaram. Depois foram soltos por falta de provas.
9º Marcel Petiot (+ de 24)
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Agiu durante a 2ª Guerra Mundial, onde se passava por membro da resistência francesa e dizia que ia mandar os judeus para a América do Sul. Eles então pagavam e Marcel lhes dava uma injeção letal dizendo ser vacina contra doenças tropicais. Enquanto morria, Marcel os observava morrer através de um pequeno buraco. Fazia isso em uma casa a prova de som. Em seguida incinerava os corpos.
Foi guilhotinado em 1946.
10º Bela Kiss (24)
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Serial killer húngaro. Suas façanhas foram imortalizadas pelo poeta surrealista Antonin Artaud. Em 1912, mudou-se com sua esposa para a vila de Czinkota. Sua esposa começa a ter um caso. Logo os amantes sumiram e Bela contou aos vizinhos que eles fugiram, logo depois adquiriu 55 barris de metal, alegando a iminente guerra. Em 1914, foi recrutado para a guerra, foi para o campo de batalha, onde morreu.
Em seguida, os soldados, precisando de gasolina, lembraram-se dos barris de Bela, então quando os soldados abriram os barris encontraram corpos conservados em álcool.
Bela chamava-se a si mesmo de Hoffman, colocava anúncios nos jornais descrevendo a si mesmo como solitário viúvo à procura de companhia feminina. Garroteava as mulheres e as colocava nos barris. Foram encontrados lá o corpo de sua mulher e dos amantes da mesma.
Por Roberto Frias.


Todo Canal Plus

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Psicopatia: Insanidade Moral


A maioria das pessoas é incapaz de entender como uma personalidade antisocial e criminosa, tal como a de um "serial killer" (assassino serial), é possível, em um ser humano como nós.

Não são apenas os assassinos seriais, mas uma grande proporção de criminosos violentos em nossa sociedade (em torno de 25% dos prisioneiros) mostram muitas características do que a psiquiatria chama de "sociopatia", um termo melhor e mais preciso do que psicopatia. A DSM-IV, o importante manual de diagnóstico usado por psicólogos e psiquiatras, define um distúrbio mais geral, denominado mais apropriadamente "distúrbio da personalidade antisocial" (DPA) e lista suas principais características, que podem ser facilmente reconhecidas em indivíduos afetados. A Organização Mundial de Saúde também definiu sociopatia em sua classificação de doenças CID-10, usando o termo "distúrbio da personalidade dissocial".

Os sociopatas são caracterizados pelo desprezo pelas obrigações sociais e por uma falta de consideração com os sentimentos dos outros. Eles exibem egocentrismo patológico, emoções superficiais, falta de auto-percepção, pobre controle da impulsividade (incluindo baixa tolerância para frustração e limiar baixo para descarga de agressão), irresponsabilidade, falta de empatia com outros seres humanos e ausência de remorso, ansiedade e sentimento de culpa em relação ao seu comportamento anti-social. Eles são geralmente cínicos, manipuladores, incapazes de manter uma relação e de amar. Eles mentem sem qualquer vergonha, roubam, abusam, trapaceiam, negligenciam suas famílias e parentes, e colocam em risco suas vidas e a de outras pessoas. O pesquisador canadense Robert Hare, um dos maiores especialistas do mundo em sociopatia criminosa, os caracteriza como "predadores intra-espécies que usam charme, manipulação, intimidação e violência para controlar os outros e para satisfazer suas próprias necessidades. Em sua falta de consciência e de sentimento pelos outros, eles tomam friamente aquilo que querem, violando as normas sociais sem o menor senso de culpa ou arrependimento."

Os sociopatas são incapazes de aprender com a punição, e de modificar seus comportamentos. Quando eles descobrem que seu comportamento não é tolerado pela sociedade, eles reagem escondendo-o, mas nunca o suprimindo, e disfarçando de forma inteligente as suas características de personalidade. Por isso, os psiquiatras usaram no passado o termo "insanidade moral" ou "insanité sans délire" para caracterizar esta psicopatologia. Um sociopata clássico foi Donatien-Alphonse-François de Sade (1740-1814), um nobre francês cujas preferências sexuais perversas e novelas (tais como Justine) originaram o termo sadismo.

O indivíduo sociopata geralmente exibe um charme superficial para as outras pessoas e tem uma inteligência normal ou acima da média. Não mostra sintomas de outras doenças mentais, tais como neuroses, alucinações, delírios, irritações ou psicoses. Eles podem ter um comportamento tranquilo no relacionamento social normal e têm uma considerável presença social e boa fluência verbal. Em alguns casos, eles são os líderes sociais de seus grupos. Muito poucas pessoas, mesmo após um contato duradouro com os sociopatas, são capazes de imaginar o seu "lado negro", o qual a maioria dos sociopatas é capaz de esconder com sucesso durante sua vida inteira, levando a uma dupla existência. Vítimas fatais de sociopatas violentos percebem seu verdadeiro lado apenas alguns momentos antes de sua morte.

O mais assustador é o fato que entre 1 e 4% da população é sociopata em maior ou menor escala. Claro, a maioria das pessoas com DPA não é criminosa e é capaz de se controlar dentro dos limites da tolerabilidade social. Eles são considerados somente como "socialmente perniciosos", ou têm personalidade odiosas, e cada um de nós conhece alguém que se ajusta a esta descrição. Políticos corruptos e cínicos, que sobem rapidamente na carreira, líderes autoritários, pessoas agressivas e abusadoras, etc., estão entre eles. Uma característica comum é que eles se engajam sistematicamente em enganação e manipulação de outros para ganhos pessoais. De fato, muitos sociopatas não-violentos e adaptados podem ser encontrados em nossa sociedade. Um estudo epidemiológico do NIMH registrou que somente 47% daqueles que eram caracterizados como tendo DPA tinham uma história de processo criminal significativo. Os eventos mais relevantes para estas pessoas ocorrem na área de problemas de trabalho, violência doméstica, tráfico e dificuldades conjugais severas. Muitas pessoas evitam indivíduos com este distúrbio de personalidade porque eles são irritáveis, argumentadores e intimidadores. Seu comportamento frequentemente é rude, impredizível e arrogante.

A sociopatia é reconhecida precocemente em um indivíduo: ela começa na infância ou adolescência e continua na vida adulta (o diagnóstico é possível em torno de 15 a 16 anos). Crianças sociopatas manifestam tendências e comportamentos que são altamente indicativos de seu distúrbio. Por exemplo, eles são aparentemente imunes a punição dos pais, e não são afetados pela dor. Nada funciona para alterar seu comportamento indesejável, e consequentemente os pais geralmente desistem, o que faz a situação piorar. Os sociopatas violentos mostram uma história de torturar pequenos animais quando eles eram crianças e também vandalismo, mentiras sistemáticas, roubo, agressão aos colegas da escola e desafio à autoridade dos pais e professores.

No entanto, apenas uma pequena fração dos sociopatas se desenvolve em criminosos violentos, estupradores e assassinos seriais. Em casos mais severos, a doença pode evoluir para canibalismo e rituais sádicos de tortura e morte, frequentemente de natureza bizarra. Há um amplo consenso que estas formas extremas de sociopatia violenta são intratáveis e que seus portadores devem ser confinados em celas especiais para criminosos insanos por toda a vida.Um sociopata típico deste tipo foi retratado por Dr. Hannibal "O Canibal" Lecter no filme e livro "O Silêncio dos Inocentes".

Os próprios sociopatas se descrevem como "predadores" e geralmente são orgulhosos disto. Eles não têm o tipo mais comum de comportamento agressivo, que é o da violência acompanhada de descarga emocional (geralmente raiva ou medo) e nem ativação do sistema nervoso simpático (dilatação das pupilas, aumento dos batimentos cardíacos e respiração, descarga de adrenalina, etc.). Seu tipo de violência é similar à agressão predatória, que é acompanhada por excitação simpática mínima ou por falta dela, e é planejado, proposital, e sem emoção ("a sangue-frio"). Isto está correlacionado com um senso de superioridade, de que eles podem exercer poder e domínio irrestrito sobre outros, ignorar suas necessidades e justificar o uso do que quer que eles sintam para alcancar seus ideais e evitar consequências adversas para seus atos. Por exemplo, em Justine, o personagem que incorpora o Marquês de Sade diz que tudo é justificado quando o objetivo é a gratificação de seus sentidos, e que a ele é permitido usar outros seres humanos da forma como ele desejar para aquele propósito.

O fato dos sociopatas possuírem pouca empatia para o sofrimento dos outros tem sido demonstrado experimentalmente em muitos estudos, os quais têm mostrado que eles exibem um processamento anormal de aspectos emocionais da linguagem, e que geralmente eles possuem resposta fisiológica fraca (no sistema nervoso autônomo) a imagens, palavras e situações de alto conteúdo emocional. Como acontece com os predadores, os sociopatas são capazes de uma atenção extremamente alta em certas situações.

O distúrbio sociopático também está altamente associado com a incidência de abuso de drogas e alcoolismo. De fato, esta associação piora os aspectos do comportamento sociopático, assim considera-se que eles são mutuamente reforçadores.

O DPA é relativamente fácil de diagnosticar. O mesmo Dr. Hare desenvolveu uma escala de avaliação, chamada Psychopathy Checklist-Revised (PCL-R), que é útil para este propósito, particularmente na avaliação de criminosos (a população forense). Você pode testar a si próprio usando uma escala on-line disponível no Internet Mental Health.

Sociopatas violentos ocasionam um alto preço para a sociedade humana. Nos EUA, mais da metade dos policiais mortos por criminosos eram vítimas de sociopatas. O DPA é comum entre dependentes de drogas, mulheres e crianças, gângsters, terroristas, sádicos, torturadores, etc. Além disso, "os psicopatas são aproximadamente três vezes mais propensos a recidivar - ou quatro vezes mais propensos a recidivar violentamente do que os não sociopatas", de acordo com um estudo recente. Citando novamente o Dr. Robert Hare: "É enorme o sofrimento social, econômico e pessoal causado por algumas pessoas cujas atitudes e comportamento resultam menos das forças sociais do que de um senso inerente de autoridade e uma incapacidade para conexão emocional do que o resto da humanidade. Para estes indivíduos - os psicopatas - as regras sociais não são uma força limitante, e a idéia de um bem comum é meramente uma abstração confusa e inconveniente".

Além disso, sob situações de stress, tais como em guerras, pobreza geral e quebra da economia, surtos epidêmicos ou brigas políticas, etc., os sociopatas podem adquirir o status de líderes regionais ou nacionais e sábios, tais como Adolf Hitler, Stalin, Saddam Hussein, Idi Amin, etc. Quando eles alcançam posições de poder, eles podem causar mais danos do que como indivíduos.



Cérebro & Mente

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A Jornalista e o Psicopata



O coração embotou-lhe o cérebro, e o olhar vesgou-se em direção bandida. Não se apercebeu da crueldade contida na síndrome narcisística maligna, este emaranhado enlevo do não entender.

Como criança inocente deixou-se conduzir, e como adulta insana cerrou os olhos para não ver. Ao coração fez todas as suas vontades, e ao cérebro nada questionou. Andou por caminhos jamais percorridos. Não imaginava que, aventurar-se no breu da vida, carecia, ao menos, de uma pequena claridade.

Deparou-se com um ser humano rústico, mas manhoso, inculto, porém sagaz, traiçoeiro dissimulado, à espera da presa fácil. A personalidade psicopática cheia de armadilhas perfeitas, cheirosas, saborosas, irresistíveis. E assim, tal qual borboleta, que resvala suas asas no mel, deixou-se grudar no arrastão da sua sorte, que por pouco não culmina com sua morte.

O tempo se arrasta, o número de borboletas que agoniza aumenta.

A borboleta, num esforço hercúleo desprende-se do mel. Uma asa fora-lhe arrancada, e então, em saltos bizarros debate-se na ânsia de uma sobrevida. E assim, consegue ir re-aprendendo uma nova maneira de voar.

A analogia feita da borboleta com a jornalista é embasada no conto “O cavalinho e a borboleta” (Silvana Duboc), odiado pelo psicopata, pois neste abomina o final da história que poderá, talvez, ser também sua sorte.

Depois de muito pesquisar sobre “Transtornos da Personalidade”, na tentativa de entender o sucedido consigo, deparou-se com uma página na web, onde o âmago do “seu” psicopata ali descrito fora contundente. Para tanto, rebuscou e passou a limpo toda a sua história, com riqueza de detalhes. Fez o “mea culpa” e usou de sua integridade moral e ética, para a isenção de emoções que pudesse comprometer a verdade contida em suas leituras. Apesar da sua não aceitação da realidade ali proposta, não significa que não tenha sido honesta o suficiente para aperceber-se da verdade ali contida.

Resta apenas a tristeza de conviver com as imagens que tenta, em vão, propagandear. O tempo perdido em demasia na recuperação de um ser que nem a medicina propõe cura, posto que este tipo de síndrome além de não ser de fácil detecção, carece ainda de compreensão por parte da maioria dos elementos que formam uma sociedade, fê-la aperceber-se da sua luta inglória. Uma sociedade pontuada pelo bizarro e pelo fanatismo é fruto da ausência da educação e da cultura. Portanto, nada mais lhe restava fazer, a não ser agarrar-se em considerações pessoais.

Também, para que consiga sobreviver sem enlouquecer, firma sua fé num Ser maior que quer acreditar possa reger toda a trama existente neste mundo.

Tal qual a borboleta de uma asa só, que para voar necessita do par, a jornalista aguarda a verdade chegar. Caso isso ocorra, não terá mais que arrastar-se no escondido mundo fétido. Seus pretensos predadores deverão transmutar sua alimentação, e comerem seus próprios excrementos. Na continuidade da vida voltará com mais garra e sabedoria, satisfeita por poder comprovar, que ainda vale a pena lutar pela comunhão do todo que realiza, e não da desunião dos egoístas que emperram o desenvolver e o saber.

A verdade SEMPRE, e doa a quem doer!




Frases e citações do professor Eunofre Marques para melhor compreensão textual. Denomina de Personalidade Psicopática Amoral (ou, simplesmente PP). Diz ele: “O PP amoral é um indivíduo incapaz de incorporar valores. Ele funciona sempre na relação prazer-desprazer imediato. São indivíduos incapazes de se integrar a qualquer grupo, devido ao seu egoísmo absoluto e a não aceitarem qualquer tipo de regras. Só o que eles querem é o que interessa. No início, eles até fazem amizades com facilidade, mas diante dos primeiros conflitos, a sua amoralidade aparece em todo o seu potencial. Terminam por ser rejeitados pelos grupos em pouco tempo. São, por isso, em geral indivíduos solitários, que migram de grupo em grupo até que não restem mais grupos para os aceitarem. Esse transtorno pode aparecer precocemente, em tenra idade. Ainda crianças, já aparece o seu componente amoral, por não aceitarem regras jamais, não respeitarem qualquer limite e terem um comportamento absolutamente inadequado na escola, de onde são frequentemente expulsos. Já na adolescência tendem francamente para a marginalidade e tentam integrar-se aos grupos marginais, mas mesmo esses, com sua ética marginal rígida, logo o rejeitam. Quando pressionados pelo ambiente, especialmente em ambientes fechados, como numa penitenciária, eles atuam de modo primoroso, como que absorvendo os valores rígidos do meio. No entanto, é só surgir uma pequena brecha nas regras para que a sua amoralidade venha plenamente à tona. Boa parte deles não chega à idade adulta porque, misturados com os marginais, acabam sendo mortos por estes. Mesmo assim, chegando à idade adulta, terminam por serem recolhidos a alguma penitenciária, onde eles são encontrados com frequência. Mesmo dentro da penitenciária a sua existência está sendo constantemente ameaçada, porque não se integram a nenhum dos grupos que lá se formam. Aqueles que têm um nível de inteligência superior conseguem parcialmente, utilizando-se dos recursos cognitivos, manterem-se relativamente integrados no meio até a idade adulta, mas mesmo estes acabam por serem expulsos do seu meio e também vão parar nos presídios. O PP amoral é o exemplo do fracasso do ser humano.”

Otto Kernberg (psicanalista), consultado na web sobre Narcisismo Maligno, cita que: “vê neste narcisismo patológico um componente psicodinâmico para o diagnóstico da psicopatia. O narcisismo não patológico é consequência de uma boa evolução do Ego, uma aceitação da realidade e como essa realidade pode ser usada para satisfazer as necessidades dirigidas ao exterior e ao objeto. As pessoas que não realizaram bem esta formação, por não haver interiorizado suficiente amor e estima recebidos do meio, acabam por desenvolver defesas narcisistas muito fortes.” Diz ainda que, “no Narcisismo Maligno muitas vezes é extremamente difícil fazer o diagnóstico da psicopatia, quando a situação clínica não está claramente definida. Por isso Otto Kernberg faz um diagnóstico diferencial entre três tipos de ocorrências anti-sociais: 1) Síndrome do Narcisismo Maligno, 2) Estrutura Anti-Social Propriamente Dita e 3) Personalidade Narcisística com Conduta Anti-Social.

Restrinjo-me à primeira, ou seja, Narcisismo Maligno: “esta síndrome representa o psicopata cuja eventual causa da sociopatia seria fruto do meio e de elementos psicodinâmicos. Aqui a conduta anti-social tem origem no Narcisismo Maligno. Há incapacidade em estabelecer relações que não sejam exploradoras, não existe capacidade de identificar valores morais, não existe capacidade de compromisso com os outros e não há sentimento de culpa. Seus principais sintomas são:

1) Encanto Superficial e Manipulação: nem todos psicopatas são encantadores, mas é expressivo o grupo deles que utilizam o encanto pessoal, e consequentemente capacidade de manipulação de pessoas, como meio de sobrevivência social. Através do encanto superficial o psicopata acaba coisificando as pessoas, ele as usa e quando não o servem mais, descarta-as, tal como uma coisa ou uma ferramenta usada. Talvez seja esse processo de coisificação a chave para compreendermos a absoluta falta de sentimentos do psicopata para com seus semelhantes ou para com os sentimentos de seu semelhante. Transformando seu semelhante numa coisa, ela deixa de ser seu semelhante. O encanto, a sedução e a manipulação são fenômenos que se sucedem no psicopata. Partindo do princípio de que não se pode manipular alguém que não se deixe manipular, só será possível manipular alguém se esse alguém foi antes seduzido;

2) Mentiras Sistemáticas e Comportamento Fantasioso: embora qualquer pessoa possa mentir, temos de distinguir a mentira banal da mentira psicopática. O psicopata utiliza a mentira como uma ferramenta de trabalho. Normalmente está tão treinado e habilitado a mentir que é difícil captar quando mente. Ele mente olhando nos olhos e com atitude completamente neutra e relaxada. O psicopata não mente circunstancialmente ou esporadicamente para conseguir safar-se de alguma situação. Ele sabe que está mentindo, não se importa, não tem vergonha ou arrependimento, nem sequer sente desprazer quando mente. E mente, muitas vezes, sem nenhuma justificativa ou motivo. Normalmente o psicopata diz o que convém e o que se espera para aquela circunstância. Ele pode mentir com a palavra ou com o corpo, quando simula e teatraliza situações vantajosas para ele, podendo fazer-se arrependido, ofendido, magoado, simulando tentativas de suicídio etc. É comum que o psicopata priorize algumas fantasias sobre circunstâncias reais. Isso porque sua personalidade é narcisística, quer ser admirado, quer ser o mais rico, mais bonito, melhor vestido. Assim, ele tenta adaptar a realidade à sua imaginação, à seu personagem do momento, de acordo com a circunstância e com sua personalidade narcisística. Esse indivíduo pode converter-se no personagem que sua imaginação cria como adequada para atuar no meio com sucesso, propondo a todos a sensação de que estão, de fato, em frente a um personagem verdadeiro;

3) Ausência de Sentimentos Afetuosos: desde criança se observa, no psicopata, um acentuado desapego aos sentimentos e um caráter dissimulado. Essa pessoa não manifesta nenhuma inclinação ou sensibilidade por nada e mantém-se normalmente indiferente aos sentimentos alheios. Os laços sentimentais habituais entre familiares não existem nos psicopatas. Além disso, eles têm grande dificuldade para entender os sentimentos dos outros, mas havendo interesse próprio, podem dissimular esses sentimentos socialmente desejáveis. Na realidade são pessoas extremamente frias, do ponto de vista emocional;

4) Amoralidade: os psicopatas são portadores de grande insensibilidade moral, faltando-lhes totalmente juízo e consciência morais, bem como noção de ética;

5) Impulsividade: também por debilidade do Superego e por insensibilidade moral, o psicopata não tem freios eficientes à sua impulsividade. A ausência de sentimentos éticos e altruístas, unidos à falta de sentimentos morais, impulsiona o psicopata a cometer brutalidades, crueldades e crimes. Essa impulsividade reflete também um baixo limiar de tolerância às frustrações, refletindo-se na desproporção entre os estímulos e as respostas, ou seja, respondendo de forma exagerada diante de estímulos mínimos e triviais. Por outro lado, os defeitos de caráter costumam fazer com que o psicopata demonstre uma absoluta falta de reação frente a estímulos importantes;

6) Incorregibilidade: dificilmente ou nunca o psicopata aceita os benefícios da reeducação, da advertência e da correção. Podem dissimular, como dissemos, durante algum tempo seu caráter torpe e anti-social, entretanto, na primeira oportunidade voltam à tona com as falcatruas de praxe;

7) Falta de Adaptação Social: já nos primeiros contatos sociais o psicopata, desde criança, manifesta uma certa crueldade e tendência a atividades delituosas. A adaptação social também fica comprometida, tendo em vista a tendência acentuada do psicopata ao egocentrismo e egoísmo, características estas percebidas pelos demais, e responsável pelas dificuldades de sociabilidade. Mesmo no meio familiar o psicopata tem dificuldades de adaptação. Durante o período escolar tornam-se detestáveis tanto pelos professores quanto pelos colegas, embora possam dissimular seu caráter sociopático durante algum tempo. Nos empregos a inconstância é a característica principal.”

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